A crise econômica em decorrência do COVID19 trouxe um grande desafio para as empresas em geral. Com esse desafio vieram os aprendizados que vamos compartilhar com você. Selecionamos cinco deles que são resultado de um levantamento feito com gestores e empresários. Aproveite para se inspirar e efetuar mudanças significativas. Boa leitura!
- As empresas precisam estar no ambiente digital
Uma das primeiras constatações é a necessidade de as companhias estarem avançadas no ambiente digital. No entanto, não basta haver uma “digitalização” do negócio, mas sim um “pensar digital“.
“O que muitas empresas fizeram e que não têm adiantado muita coisa é pegar o seu modelo de negócios e coloca-lo em uma plataforma digital. Mas não é só isso. Transformação digital é trazer o modelo digital para todos os canais da empresa. Ter o digital como premissa para ativação comercial, para a experiência do consumidor, para os processos do negócio”, afirma Alexandre Fialho, diretor do SEER, programa para CEOs da Saint Paul Escola de Negócios e responsável pelo levantamento.
Nesse novo cenário não basta que um varejista, por exemplo, crie um e-commerce, é preciso entender o comportamento do consumidor dentro desse novo ambiente digital, e mapear as necessidades e preferências dele como formas de fideliza-lo e atendê-lo melhor.
2. A Organização Precisa Ser Flexível
Isso significa que se antes as empresas traçavam objetivos e metas, agora esses planejamentos precisam ser menos rígidos, para garantir que, caso a companhia seja pega de surpresa, ela consiga se adaptar ou até mesmo aproveitar oportunidades. Em outras palavras, a visão da liderança precisa ser ampla e adaptável, ratificando que para tudo o que se faz numa organização, é espelho e resultado do estilo de liderança.
3. Trabalho Remoto: a prova da eficiência e confiança
Com o isolamento social, muitas empresas precisaram aderir ao modelo de home office. E essa realidade de trabalho remoto é uma tendência de institucionalização, principalmente por trazer eficiência. Com ele, as pessoas tendem a ter mais qualidade de vida e serem mais produtivas.
Uma das mudanças, segundo a pesquisa, foi nas horas trabalhadas. Os colaboradores cumprem melhor a jornada porque não precisam se deslocar. Em uma reunião presencial, por exemplo, precisa esperar todos chegarem, se alguém atrasa perde-se tempo. No remoto não há isso.
Outra mudança foi a criação de um modelo horizontal de relações, onde é possível ganhar tempo. Presencialmente, um gestor precisava falar primeiro com uma pessoa e depois com outras para uma tomada de decisão. Já digitalmente, essa comunicação é feita de forma mais direta. Assim, além de ela ser mais rápida, ela também permite mais trocas e a possibilidade de se escolher as melhores decisões.
Nesse mesmo aspecto, se configura mudanças nas relações hierárquicas e de confiança. Como você viu, mais autonomia para conversar com partners e mais autonomia para trabalhar em home office. Aqui, o líder precisa confiar e o trabalhador precisa se comportar de acordo com os termos éticos.
4. Necessidade de Um Novo Perfil de Liderança
Nesse aspecto, definitivamente os chamados líderes “old school” estão perdendo seu espaço, uma vez que valoriza a verticalidade e a execução, mas não é inspirador. O novo cenário clama por líderes curadores, alguém que está ali para garantir a horizontalidade. Esse novo comportamento requerido não exime a posição de chefe que executa, uma vez que ele tem que prestar contar e cumprir uma agenda, mas o novo líder agregou e aprendeu a ser um curador. E você? Que mudanças percebeu em você?
5. Empresas com Propósitos São Mais Resilientes
O objetivo final de uma empresa é ter lucro, no entanto, quando esse objetivo é traçado em que o jeito e o processo de chegar tenham uma “causa” sócio ambiental, pode ser que a empresa tenha um propósito. Na pandemia, todas as pessoas tiveram que seguir protocolos, mas independente deles, o líder observador e o trabalhador ético aprenderam que, por amor a si mesmo e pelo próximo, mais do que seguir as normas, tinham que se antecipar sobre possíveis riscos de contaminação, propagação do coronavirus, por exemplo. As pessoas com medo de perder o emprego, talvez pensassem em não comunicar, mas o líder observador, com olhos nos demais colaboradores e clientes em alguns segmentos, precisou desenvolver a capacidade de ter iniciativa e agir em favor de um propósito social. A regra de ouro de praticar o amor ao próximo como a si mesmo, durante a pandemia precisou estar em evidência: cuidar de si para cuidar do outro e cuidar do outro exige certos sacrifícios. Esse aprendizado é valioso.
Falamos aqui sobre o lucro e algumas empresas, por quererem o lucro a todo custo, elaboram campanhas de marketing para vender vantagens, aliás o marketing nasceu para atender a teoria econômica, instrumental. Mas, nos últimos anos foi observada uma grande ruptura nos padrões dos relacionamentos comerciais porque o cliente ganhou mais autonomia com a globalização. Paralelamente, a teoria da dádiva* vem sendo resgatada como um modelo interpretativo atual, para se pensar os fundamentos da solidariedade e da aliança nas sociedades contemporâneas. Vender não é um ato e sim um processo contínuo. Um relacionamento que as empresas contemporâneas descobriram e estão investindo nisso.
O Que 2020 Ensinou Sobre TI:
Para concluir esse artigo, compartilhamos algumas experiências de empresas conhecidas, que anteciparam seus planos de investimento em tecnologia, que seguiam um cronograma, e não tiveram medo de arriscar. Cronograma antecipado pela surpresa da pandemia. Você verá os resultados ao acessar aqui as histórias. As crises que surgem nada mais são que oportunidades para as empresas e líderes provarem a si mesmos sua capacidade de mudança. O mundo teve muitas perdas irreversíveis, mas olhar para o lado bom é necessário.
Imagem: Getty Images