Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, os termos guerra cibernética ou híbrida têm sido bem comentados. Apesar dos tanques e os ataques convencionais estarem concentrados na região do leste europeu, os reflexos virtuais desse embate podem ser sentidos no mundo todo. Veja por quê na leitura do artigo.
É inegável para cidadãos de todo o mundo que vivemos em tempos difíceis. A palavra guerra não é bem-vinda para ninguém. Por isso o melhor lugar para as vítimas é um refúgio. Mas o que isso tem a ver com a tecnologia, a economia e a sua empresa?
Assim como houve a digitalização nas compras, varejo, indústria e relacionamentos, as operações militares também se utilizam de avanços no campo digital, e a Rússia é um importante local onde os hackers atuam, invadindo vários locais digitais, inclusive de governos.
Antes do primeiro ataque físico, os ciberataques contra determinados sistemas ucranianos já estavam acontecendo e grupos como os Anonymous já faziam contra-ataques, o que levou a paralização do site da agência de notícias estatal russa.
Antes de responder a pergunta do título do artigo, vamos lembrar o que é uma cirberguerra.
A ciberguerra ou guerra cibernética é uma modalidade de guerra em que a conflitualidade não ocorre com armas físicas, mas via meios eletrônicos e informáticos no chamado ciberespaço. No seu uso mais comum e livre, o termo é usado para designar ataques, represálias ou intrusão ilícitas em um computador ou rede. No entanto, uma genuína ciberguerra, situação que, em total rigor, até agora nunca ocorreu, pois implica, de um ponto de vista legal, situações ligadas a conflitos políticos, econômicos ou militares no mundo real, ou seja, ocorrer ao mesmo tempo de uma conflitualidade física, ou de forma totalmente autônoma.
A possibilidade de ciberguerra resulta da existência de redes de computadores essenciais para o funcionamento de um país. Potenciais alvos são as infraestruturas críticas, nomeadamente as redes de energia elétrica, de gás e de água, os serviços de transportes, os serviços de saúde e financeiros.
Com esse conceito, você viu que a ciberguerra propriamente dita não começou. Mas retaliações políticas e econômicas sim, o que pode afetar em muito o sistema econômico no Brasil.
Nesta semana, a mídia trouxe com muita ênfase, o fato de empresas privadas de vários segmentos cortarem as relações comerciais com a Russia. Entre os segmentos estão energia, finanças, automóveis, transportes e outros. Na área de tecnologia, vamos citar as empresas: Apple, Ericson, Nokia, Meta, Youtube, Twitter, Microsoft, Disney, Warner e Sony. Fica por conta de sua imaginação os impactos internos e externos dessas sanções privadas.
Espaço virtual não tem fronteiras
Ao contrário da chamada guerra convencional, a quase guerra cibernética não se limita ao espaço geográfico. Sendo assim, ataques a sites e sistemas russos ou ucranianos podem afetar serviços em outros países, como o Brasil.
Apesar de partir do ambiente virtual, os ataques cibernéticos não estão restritos a sites e banco de dados, mas podem atingir sistemas como o de funcionamento de usinas ou de hospitais.
Um dos exemplos de ataque cibernético, sem nenhuma relação com a guerra, foi o da base de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) no final do ano passado, quando o mesmo ficou mais de um mês fora do ar. O ataque causou inúmeros transtornos, já que o acesso ao comprovante de vacinação contra a Covid-19, por exemplo, ficou indisponível.
Para especialistas, o Brasil precisa ter uma estratégia de defesa baseada em uma política de proteção de dados mais efetiva, pois ataques serão cada vez mais comuns mesmo fora de um contexto de guerra.
Por ora tudo são hipóteses. Nas últimas semanas, você talvez tenha conhecimento de que vários sites de bancos tiveram problemas, plataformas como Mercado Livre, Americanas.com e Submarino, só para citar algumas. Com esse cenário, buscando o início do artigo, a melhor prevenção é um “refúgio” da guerra iminente. No mundo físico, mais difícil, no mundo virtual, o melhor refúgio é a nuvem e outros mecanismos de segurança que a tecnologia pode oferecer.
REFERÊNCIAS:
Foto da capa: Infomoney
Wikipedia.pt