A cada inicio de ano, empresários se perguntam sobre os acontecimentos que impactarão em seus negócios e em suas decisões. O artigo de hoje compartilha o resultado de estudos sobre os melhores negócios para 2023. Aproveite para ler, refletir e decidir sobre alguns rumos do seu negócio ou sua gestão.
Autores futuristas com Bernard Marr e outros, apontam as tendências para 2023, que incluem ramos que já são vivenciados mas que tendem a se fortalecer em um futuro próximo.
Não é novidade que planejar, ou seja, antecipar o futuro é importante para a tomada de decisões, incluindo os investimentos. No entanto, muitas empresas têm a tendência de focar somente no presente, mas esse pode ser um erro fatal, afinal, o que trouxe sua empresa até aqui, dificilmente a fará avançar.
Marr, após uma pesquisa de mercado, traz cinco tendências que você vai conhecer agora. Perceba que os tópicos apontam para a necessidade cada vez maior de estabelecer uma conexão profunda com o cliente.
- Transformação Digital Mais Veloz
Veja a lista de inovações tecnológicas que já são conhecidas por você: Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Realidade Virtual e Aumentada, Cloud Computing, blockchain,, 5G. Elas vão continuar liderando as transformações em todos os âmbitos, construindo um futuro cada vez mais digital e conectado e tudo cada vez mais rápido.
Nos próximos anos, 75% da população mundial terá acesso a internet, o que deverá impactar nas decisões estratégicas e até influenciar novos modelos de negócios. Essas tecnologias emergentes estão sustentando novas concepções a respeito da relação entre on e off – nesse mundo conectado, naturalmente, o desejo por opções híbridas e experiências “phygitais” aumenta.
Desde a pandemia, que forçou empresas a mudar os modelos das relações e dos processos de trabalho, o modelo híbrido tem sido adotado e continua sendo uma tendência. Um estudo da Gallup apontou que cerca de 53% dos colaboradores desejam um modelo híbrido de trabalho como cultura, enquanto 24% esperam trabalhar totalmente remoto, o que indica que grande parte dos trabalhadores busca flexibilidade e maior autonomia.
Portanto, ferramentas que suportem o trabalho assíncrono, assim como a criação de políticas híbridas e tecnologias capazes de automatizar processos, devem estar entre as principais pautas para 2023. Sua empresa está adotando essa nova cultura? Observe que o gestor precisa olhar para o movimento do mundo e não apenas para dentro da empresa.
Para tanto, é necessário entender que essas soluções se conectam entre si, e permitem que áreas e processos se integrem de maneiras mais eficientes, impulsionando toda a operação. Marr enfatiza esse impacto abrangente:
“Vendas e marketing mais eficazes, melhor atendimento ao cliente, cadeias de suprimentos mais eficientes, produtos e serviços mais alinhados às necessidades do cliente e processos de fabricação simplificados. Em 2023, as barreiras para acessá-los serão menores do que nunca”
Como se pode observar, a transformação digital abrangente traz competitividade para a empresa. Agora vamos à segunda tendência.
2 – Segurança no supply chain e busca por autossuficiência
Durante a pandemia, as indústrias do mundo enfrentaram desafios em suas cadeias de suprimentos devido às paralisações e consequente falta de matéria-prima e outros produtos.
Atualmente, em meio a uma guerra, o que se vê são instabilidades sociais e econômicas mundiais, predominando incertezas. Fundamental se torna, que as companhias elaborem um plano de ação estruturado, focado em aumentar a segurança e a autossuficiência em suas operações.
Estudiosos futuristas como Marr indicam as ações a serem adotadas pelas empresas que querem a sustentabilidade:
- Reduzir a exposição a preços voláteis de mercado e commodities;
- Criar medidas de proteção nas cadeias de suprimentos (se preparando para a escassez);
- Diminuir o aumento dos custos logísticos.
Para que isso seja possível, é necessário mapear a cadeia de suprimentos para entender como incluir soluções tecnológicas. Existem consultores especializados nessa função. Um recente estudo da Gartner indica que nos próximos anos, as tecnologias digitais serão fortemente adotadas no supply chain, melhorando as tomadas de decisão e a operação em armazéns e centros de distribuição.
Estima-se que até 2026, 75% das maiores companhias do mundo terão adotado robôs inteligentes de intralogística em suas operações de armazém. Veja o exemplo da Amazon, que, além de ter sido pioneira na entrega por drones, recentemente lançou o robô móvel Proteus que ajuda levantar e mover carrinhos nos armazéns de maneira totalmente autônoma.
Do ponto de vista mais estratégico, espera-se que mais de 75% dos negócios utilizem inteligência artificial (IA), análises avançadas (AA), e ciência de dados em aplicativos de gerenciamento, a fim de melhorar o processo decisório. Por essa razão, é uma prioridade em diferentes indústrias.
3. Ascensão do ESG
Desde 2005, quando a sigla e a causa passaram a ser conhecidas, a sustentabilidade se tornou cada vez mais vital para grande parte dos consumidores. Segundo os futuristas, a causa se manterá como uma prioridade não só em 2023 mas também nos próximos anos.
De acordo com a Mckinsey, as entradas em fundos sustentáveis aumentaram de US$ 5 bilhões em 2018 para mais de US$ 50 bilhões em 2020.
Na metade de 2022, os ativos sustentáveis globais são de cerca de US$ 2,5 trilhões e em 2025, deve atrair 53 trilhões de dólares em investimentos – um crescimento acelerado e consistente. Recentemente fizemos um artigo sobre o tema. Acesse aqui.
As empresas do perfil ainda estão se ajustando. Numa economia global, mesmo com base num país que não seja aderente as normais ambientais, sociais e de governança mundiais, o radar precisa estar no mundo. Essa é a tendência para ter a simpatia e vendas.
4 – Experiência imersiva do cliente
Enquanto alguns ainda estão tentando decifrar o que realmente significa “experiência do cliente”, a tendência se resume em duas palavras: interatividade e imersão.
Para desmistificar como a tecnologia influencia praticamente tudo, pense no metaverso. O conceito está muito associado a empresas de tecnologia, mas a sua influência vai além. Para ilustrar, pense nos tokens digitalizados, NFTs e o dCommerce (comércio descentralizado), que já estão emergindo não só como novas maneiras de impulsionar as compras como também, como estratégias capazes de acelerar o envolvimento com a marca, aumentando a fidelidade.
No varejo, já é possível disponibilizar representações de roupas, jóias e acessórios, e a partir de tecnologias imersivas como realidade aumentada (AR), tornar a experiência de compra muito mais interativa.
A Nike criou recentemente a Nikeland, onde você pode acessar o futverso e, em 2021, comprou a marca de tênis digital TRKFT (Artifact Studios), faturando em apenas sete minutos, 3,1 milhões de dólares.
5 – As novas habilidades para trabalho
Enquanto o mundo se digitaliza, o mercado de trabalho acompanha e se prepara para o futuro. De acordo com um estudo da Mckinsey, 85 milhões de empregos podem ser substituídos e 97 milhões podem passar a existir enquanto a divisão do trabalho entre humanos e máquinas se fortalece.
Nesse cenário, um relatório do Fórum Econômico Mundial elencou quinze habilidades do futuro. Veja a seguir.
- Pensamento Analítico e Inovação
- Aprendizado ativo e estratégias de aprendizado
- Resolução de Problemas Complexos
- Análise e Pensamento Crítico
- Criatividade, originalidade e iniciativa
- Liderança e Influência Social
- Uso, monitoramento e controle de tecnologia
- Programação e Design de Tecnologia
- Resiliência, tolerância ao stress e flexibilidade
- Raciocínio, resolução de problemas e ideação
- Inteligência emocional
- Troubleshooting e experiência do usuário
- Orientação de Serviço
- Análise e avaliação de sistemas
- Persuasão e negociação
Como você viu, embora as habilidades indiquem que as empresas devem focar no desenvolvimento de habilidades capazes de sustentar tecnológicas emergentes como inteligência de dados e IA, não devem abrir mão das people skills.
A medida que a automação ganha espaço, as soft skills tendem a aparecer como as habilidades mais importantes na hora da contratação, mas a capacidade interpessoal é somente um dos aspectos que farão parte do futuro das contratações.
Para reter talentos, as empresas precisam se concentrar na verdadeira causa dos desligamentos, incorporando à cultura da empresa aquilo que os funcionários estão valorizando – de modo que seja tangível no cotidiano.
A remuneração ainda é um fator importante, mas não mais determinante para fazer com que os funcionários permaneçam. As pessoas queremum tratamento mais humano e menos transacional. Se passou pela sua mente a expressão “employee experience”, parabéns, pois esse é o segredo da retenção.
Conhecer e aproveitar as tendências de negócios pode tornar sua empresa mais promissora
O mundo dos negócios busca constantes mudança, e atualmente, tecnologias emergentes estão no centro dessas transformações, impactando processos e operações em diferentes indústrias.
Empresas que têm por objetivo fazer parte do cenário sempre atual do mundo dos negócios precisam olhar internamente, buscando por lacunas e possíveis oportunidades de negócios e crescimento. Tudo indica que 2023 será um ano de fortalecimento de tendências e novas reconfigurações de relacionamento com os diversos públicos.
Quer saber se a tecnologia em sua empresa está nesse caminho?
REFERÊNCIAS :
Conteúdo: G4 Educação; Foto da Capa: Comércio Brasil; Foto corpo do texto: Amazon.