Independente da área em que uma pessoa atue, certamente já ouviu dizer que os primeiros anos da infância são fundamentais para a formação do indivíduo, sua capacidade de expressar emoções e aprender quando adulto, só para citar exemplos que estão no radar de pessoas de todo o mundo. O artigo de hoje insere as possíveis influências da tecnologia nessa fase da vida. Se você é pai, mãe, avó ou avô, tutor, professor, não deixe de ler.
Vamos começar pensando na palavra necessidade. Pense em uma lista de coisas que um bebê precisa. Dê uma pausa na leitura e faça a sua lista mental dessas necessidades. Se você já ouviu falar na hierarquia das necessidades de Maslow, sabe que se atribuíram pesos as necessidades humanas. Mas voltando as necessidades de um bebê, reflita no seguinte: será que as necessidades de um bebê ou uma criança na primeira infância mudam?
A globalização trouxe mudanças irreversíveis para níveis de conhecimento, o surgimento de novos padrões de consumo, mas o que não muda, são as necessidades pertinentes ao ser com a sua essência e com isso o artigo já vai tratar do perigo que significam os usos de recursos, influindo os tecnológicos de forma equivocada na comunicação com crianças na fase da primeira infância. Veja os argumentos científicos e suas fontes. Nos dois blocos a seguir, são as palavras da psicóloga clínica Andréa Christiano, de Ribeirão Preto.
“A utilização precoce da tecnologia na infância provoca questionamentos polêmicos quanto ao desenvolvimento afetivo, cognitivo e social da criança, uma vez que substituem amigos e jogos reais pelos virtuais, o que impedem muitas vezes de expressarem seus sentimentos, aflições e desejos por meio do mundo real, isolando-se em seus quartos, satisfazendo-se com a vida virtual.
Esse uso indiscriminado sem dúvida desconstrói o vínculo afetivo entre os membros da família, e geram dificuldades no âmbito escolar, por falta de equilíbrio entre a sua cognição e seu afeto, comprometendo o desempenho escolar dos alunos. Não podemos ignorar que existem, também, alguns problemas relacionados com assuntos mal intencionados, desvirtuando, principalmente, o pensamento de uma criança em desenvolvimento”.
Antigas e Novas Formas de Brincar, Quais são Mais Adequadas?
É complexo responder a essa pergunta, mas sabe-se que as crianças precisam muito de interação social para que o aprendizado e suas habilidades se desenvolvam. As brincadeiras antigas não estão do topo ou talvez em nenhum lugar da lista de brincadeiras preferidas das crianças. Talvez pelo fato de a tecnologia ser vista como referência de lazer trabalho e conhecimento, ela constitui as preferências quando se fala de brincadeiras modernas.
Quais são os Limites entre os Perigos e as Soluções?
“O uso indiscriminado da tecnologia desconstrói o vínculo afetivo entre os membros da família e gera dificuldades no âmbito escolar, por falta de equilíbrio entre a sua cognição e seu afeto”. Além dessas palavras da psicóloga mencionada acima, podemos citar que, na teoria de Piaget, biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, que discorre sobre a teoria cognitiva e a educação como uma “nova filosofia” que se dá em estágios, a falta de afeto deixa a criança vulnerável a perigos futuros.
Para ele, a inteligência de uma pessoa está associada a sua afetividade e, com esse papel essencial, a afetividade impacta nos comportamentos e na forma como a criança aprende. Piaget acredita que esses dois elementos são inseparáveis. A criança que não recebe a afetividade minimamente, terá problemas para aprender. Em outras palavras, ela precisará se esforçar muito mais que uma pessoa que quando criança teve a afetividade, para aprender as mesmas coisas.
Alguém pode argumentar que um adulto de 50 anos não teve afeto quando criança, mas a tecnologia não existia como hoje. Certamente. Mas existiam outros fatores que desviavam os pais de estarem com os seus filhos. Pense e chegue as suas próprias conclusões. O que os adultos de hoje não podem, é deixar crianças usarem a tecnologia de modo indiscriminado e sem supervisão. É preciso equilíbrio.
Para concluir, podemos exemplificar o uso da tecnologia com o consumo de um bom vinho. Esse produto faz muito bem à saúde, ajuda no circulação sanguínea, além disso, quando consumido em meio a pessoas queridas, numa agradável refeição, traz muita alegria. Mas seu consumo indiscriminado pode gerar problemas. Claro, mas a bebida alcoólica só pode ser consumida por maiores de idade! Assim é a tecnologia. Embora ela seja acessível e democrática, se faz bem ou mal, depende de como ela é usada.
Quer saber como usar bem a tecnologia em sua empresa ou tem alguma curiosidade?
REFERÊNCIAS
Foto de capa: pexels-marta-wave-6437642
Foto do corpo do texto: pexels-cottonbro-3662667
Referências Técnicas:
Artigo da Psicóloga Andréa Christiano:
Teoria de Jean Piajet: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget